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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Recordações de Infância: Carlos Paião


Ia tomar um banho para iniciar o meu dia de trabalho em casa com mais determinação e eis que me deu vontade de pôr música. Pensei em Martinho da Vila com a sua "...catuaba no almoço e ostras antes do jantar..." mas não tinha o CD aqui, pois deixei no carro. Olhei à volta e procurei nas colunas de CDs na prateleira do móvel. Entre música espiritual, pop/rock, ligeira e popular portuguesa, estava este CD: O melhor de Carlos Paião. Foi com este que o meu coração palpitou e disse: "É este!". Foi como se o CD estivesse a dizer:"Ouve-me".
Carlos Paião sempre foi para mim um ícone da Música Portuguesa, e mais que isso, um ícone da minha infância. Hoje senti porquê: Carlos Paião era já o que hoje chamamos de Criança Cristal. Veio sem duvida das Estrelas com a Sabedoria Infinita das Artes e da Cura, desbravar o terreno atroz de densidade da Terra com todo o Amor do Universo. E fê-lo no mundo da Música!
João Gobern escreve nas breves palavras que acompanham este CD "...foi sempre um homem que defendeu a dignidade do artista português e a quem nunca ouvi uma palavra menos correcta para um colega de profissão, embora houvesse muitas oportunidades para entrar na mesquinhez do "escárnio e maldizer" barato. Muito pelo contrario, Paião insistia em defender o estatuto do cantor e do autor portugueses em todas as circuntâncias em que fosse chamado a falar."
Obrigada!
Os Cristais são assim...
Chorei a ler cada linha dos textos, chorei de saudade, chorei de ternura, chorei da minha dor por ter perdido o Carlos. Uma Alma, que sem a ter conhecido pessoalmente aqui na Terra, me dizia muito. Partiu era eu ainda uma criança. Lembro-me da história da sua morte, principalmente do episódio triste e macabro que o envolveu e que foi descoberto aquando do levantamento dos seus ossos... sempre fui muito sensível a estes assuntos e sempre senti que tinha sido verdade. Depois de já ter conhecimentos ligados à espiritualidade, a sensibilidade foi aumentando, e sempre que por algum motivo pensava no Carlos, vinha-me uma dor tremenda de sofrimento... descobri há cerca de dois anos, num exercício de meditação e regressão a uma vida passada, que eu própria já fui, noutra vida, enterrada viva e de facto, é simplesmente aterrorizante. É uma dor incomensurável. Naquela altura, mesmo em meditação percebi o quanto eu entendia o sofrimento associado à sua morte. Senti-me em solidariedade para com ele.

Hoje depois de todo o choro de libertação, de toda entrega ao ouvir as suas músicas, de cantar algumas, de sentir o que cada uma significou para mim em cada momento da vida e o que continua a significar, Jesus mostrou o que faltava fazer: limpar a energia presa ainda ao seu sofrimento. Fui ler ainda um artigo para comprovar algumas coisas e ao ler senti tudo e limpei. Jesus mostrou-me o caixão, os ossos, a tampa do caixão rasgada. Tudo imagens que eu já tinha visto em flashes mas que ainda não tinha sentido profundamente. Invoquei o Amor Universal, o Amor de Jesus, Ele enviou Luz para limpar e tudo foi transformado em energia limpa e pura para que aquele cenário desaparece-se e que a sua dor fosse finalmente limpa e o seu espirito ficasse totalmente aliviado.

Depois disto, envolvido em toda a sua ternura, o Carlos apareceu. Tamanha serenidade invadia o seu espírito. Deu-me um beijo na testa e disse: "Obrigada por acreditares em mim." e foi. Partiu como uma pomba branca que voa em direcção ao Céu, rumo ao infinito do firmamento com a certeza de que outras paragens a esperam.

Que Jesus te acompanhe sempre Carlos, na tua caminhada pelo Universo.

Perdoa-me se algum dia não acreditei em ti...

Obrigada pela tua passagem, obrigada pelo teu obrigado.

Até um dia...

Abraço de Luz.

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